“O que não me mata, me fortalece”.
É o que dizem por aí. Eu não sei se estou de acordo com isso. Muitas vezes estive em situações, por assim dizer, de quase morte. E não sei se saí delas um pouco mais fortalecido não. Talvez, se eu mudar um pouco as palavras, acho que posso dizer “O que não me mata, me enfraquece”. E é assim que eu sinto.
É assim que eu estou.
Ferido por dentro de um amor que não quer de jeito nenhum sair dos meus pensamentos e de meu coração. E nem mesmo sei se quero tirá-lo daqui.
Ferido por entrar diariamente em um ambiente hostil onde só vejo cobranças e muito pouca ajuda de quem poderia fazê-lo e não quer.
Ferido por me sentir frustrado com meus sonhos, por que sempre há tantos obstáculos no caminho?
Ferido por ser meu próprio julgador, e me julgar com muito rigor.
Mas acho que o que mais me machuca é não ter o mesmo equilíbrio emocional do qual eu tanto me orgulhei de ter.
O cara harmônico, alegre, pleno de paz a ponto de distribuí-la aos outros simplesmente sumiu. Entregou as chaves e saiu do meu corpo.
E agora o que me sobrou? Um decadente angustiado, amargurado, sofrido e impotente.
Um cara com uma sobrevida, em estado terminal, num coma que nunca termina.
Meu Deus, por que não abreviar minha vida logo?
Não sei por quanto tempo conseguirei resistir a viver pelas metades.
Quero abrir minhas asas e voar. Voar na imensidão do céu, entre as nuvens, sozinho, como um anjo curtindo férias.
Essa cela em que estou não tem barras nem grades, não me priva a liberdade, mas me impede de voar.
Sou assim, passarinho engaiolado, que canto de tristeza com saudades do sabor da fruta no pé e do vento lambendo meu bico.
Posso estar exagerando em minhas palavras, mas de que vale a vida sem algo motivante?
Não quero mais uma vida comum, ordinária.
Na verdade, nem sei o que eu quero.
Só sei o que eu não quero. E o que eu não quero é viver sem ar.
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