Aonde quer que eu esteja, por mais que eu me esforce, mesmo que eu tente manter o equilíbrio e a paz emocional, tudo me faz lembrar você.
Estava aqui, entre amigos íntimos e família, tomando uma cerveja despretensiosamente, e alguém falou que iria fazer uma cuba-libre.
Para que...
Eu acabei entrando naquela máquina do tempo e voltei para a primeira vez que resolvemos sair para nos divertir. Eu tomando cerveja. Você, cuba-libre.
Comecei a me lembrar do refrigerante que você gostava no seu drink. Do rum que era o seu preferido. Das suas teorias de que era melhor tomar aquele drink do que cerveja porque, além de tudo, não engordava.
Me lembrei que eu ri e disse que não era o tipo de bebida que faria diferença, e sim a quantidade.
Dali pra lembrar do seu cigarro preferido, seu perfume característico, sua paixão por aquela torta alemã, seu ciúme pela franja, seu currículo emocional, seus gostos e desgostos, nosso passeio de mãos dadas pela praia...
Pronto!
Minhas memórias me levaram novamente para seus braços. Seus braços quentes e carentes. Sua carência de mim me fazia ter carência de te abraçar, proteger, consolar, cuidar.
O mais interessante é que eu nunca fui de ser um cara sentimental.
Pelo contrário, o que a razão não explicava, eu desconfiava.
Por isso mesmo, desconfiava até de mim, por estar apaixonado, e por não poder transformar o amor em uma fórmula lógica e exata.
Acho que sou um cara muito mais intelectual do que real.
Calma, eu explico.
Vamos pegar como exemplo o sexo.
Eu não sou um cara sexual no sentido estrito. Eu não tenho necessidades do sexo em si. Eu sou um cara com uma necessidade sexual feminina.
Sinto muito desejo de ter em meus braços a pessoa que eu amo.
Não quero dizer que não sinto o tesão puro e simples. Sinto, mas sinto da mesma forma que sinto necessidade de algo fisiológico. Não é algo prazeroso, é simplesmente algo necessário.
Outro exemplo é a minha relação com o amor. O amor para mim sempre foi algo de compromisso, de sustentação, acompanhamento, acessória mesmo. E vejo que para você é algo menos pretensioso, mais emocional. Talvez até somente emocional.
Essa diferença poderia ser traduzida em complementaridade, mas não foi assim.
Ao rompermos com tudo, rompemos por questão de orgulho. Orgulho seu e meu. Características idênticas, mas focadas em direções opostas.
Lutei muito contra meu orgulho. Fiz tudo o que eu podia e sabia para ser feliz. Mas não funcionou. Fiz de você um ser divino na terra. Te coloquei num altar. Te endeusei. Me humilhei. Me feri. Te sufoquei com meu ciúme.
De tudo, só posso concluir que eu ainda estou em você e você está em mim, mas agora, fisicamente e emocionalmente distantes.
Não sei se esse vínculo permanecerá eternamente ou se um certo dia irei me lembrar disso como nostalgia. Porém amor não combina com orgulho, talvez combine com nostalgia, saudades, sofrimento.
Talvez combine com tempo.
Talvez...
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