Deus, hoje eu percebo o quanto fui e sou negligente contigo. E o quanto o Senhor é determinado e amoroso comigo. Muitas vezes Te perguntei aonde Tu estavas enquanto eu me sentia só, fragilizado, sentindo pena de mim mesmo. E muitas vezes, " Te castiguei" deixando de ir a igreja e ouvir-Te. Mas o único que se castigou nesses momentos, fui eu mesmo.
Não entendia que a vida era como uma plantação. Pra semente germinar, ela precisa de morrer como semente e nascer como broto. Para o broto virar muda, ele precisa se livrar da terra que o sufoca. Para a planta crescer, ela precisa crescer em matéria e movimento e virar útero, esperar ser fecundada, e virar flor. E, ao ser flor, ser admirada por sua beleza, suas cores, sua vivacidade exuberante. E ser flor sozinha, sem ervas daninhas nem mato a encobrir-lhe a beleza. E ser uma flor no meio de várias flores, ser bela, saber ser e saber respeitar a beleza alheia. E saber que chega a hora da flor morrer. E da flor podre, morta, nascer o fruto. O verdadeiro sentido da planta. E ao fruto, cabe crescer e cumprir sua missão de ser doce. Ser doce, e único. O fruto, então, deve cair da árvore e se tornar independente, livre. Para que poça ser comido e preenchido sua missão na terra.
É um eterno círculo de mortes, vidas, renascimentos, e vivicidade. Hoje enterro mais uma tentativa de dar vida ao que não era semente. De fazer frutificar ao que não era ainda flor. A aprender a entender os tempos de Deus. Suas safras, entre-safras, estiagens, geadas, queimadas e tudo o mais que interfere no perfeito ciclo da vida.
Deus, estranho como eu gostaria de Te escrever para Te pedir ajuda, enquando o que saiu de mim foi só um louvor pela vida que nos destes.
Obrigado, mais uma vez, Senhor, por ser meus ouvidos quando não há mais quem me ouça, minha força, quando não tenho mais ânimo, minha vitória, diante de tantas derrotas, meu Deus, diante de tanta ausência.
Amém
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
É impossível!
Aonde quer que eu esteja, por mais que eu me esforce, mesmo que eu tente manter o equilíbrio e a paz emocional, tudo me faz lembrar você.
Estava aqui, entre amigos íntimos e família, tomando uma cerveja despretensiosamente, e alguém falou que iria fazer uma cuba-libre.
Para que...
Eu acabei entrando naquela máquina do tempo e voltei para a primeira vez que resolvemos sair para nos divertir. Eu tomando cerveja. Você, cuba-libre.
Comecei a me lembrar do refrigerante que você gostava no seu drink. Do rum que era o seu preferido. Das suas teorias de que era melhor tomar aquele drink do que cerveja porque, além de tudo, não engordava.
Me lembrei que eu ri e disse que não era o tipo de bebida que faria diferença, e sim a quantidade.
Dali pra lembrar do seu cigarro preferido, seu perfume característico, sua paixão por aquela torta alemã, seu ciúme pela franja, seu currículo emocional, seus gostos e desgostos, nosso passeio de mãos dadas pela praia...
Pronto!
Minhas memórias me levaram novamente para seus braços. Seus braços quentes e carentes. Sua carência de mim me fazia ter carência de te abraçar, proteger, consolar, cuidar.
O mais interessante é que eu nunca fui de ser um cara sentimental.
Pelo contrário, o que a razão não explicava, eu desconfiava.
Por isso mesmo, desconfiava até de mim, por estar apaixonado, e por não poder transformar o amor em uma fórmula lógica e exata.
Acho que sou um cara muito mais intelectual do que real.
Calma, eu explico.
Vamos pegar como exemplo o sexo.
Eu não sou um cara sexual no sentido estrito. Eu não tenho necessidades do sexo em si. Eu sou um cara com uma necessidade sexual feminina.
Sinto muito desejo de ter em meus braços a pessoa que eu amo.
Não quero dizer que não sinto o tesão puro e simples. Sinto, mas sinto da mesma forma que sinto necessidade de algo fisiológico. Não é algo prazeroso, é simplesmente algo necessário.
Outro exemplo é a minha relação com o amor. O amor para mim sempre foi algo de compromisso, de sustentação, acompanhamento, acessória mesmo. E vejo que para você é algo menos pretensioso, mais emocional. Talvez até somente emocional.
Essa diferença poderia ser traduzida em complementaridade, mas não foi assim.
Ao rompermos com tudo, rompemos por questão de orgulho. Orgulho seu e meu. Características idênticas, mas focadas em direções opostas.
Lutei muito contra meu orgulho. Fiz tudo o que eu podia e sabia para ser feliz. Mas não funcionou. Fiz de você um ser divino na terra. Te coloquei num altar. Te endeusei. Me humilhei. Me feri. Te sufoquei com meu ciúme.
De tudo, só posso concluir que eu ainda estou em você e você está em mim, mas agora, fisicamente e emocionalmente distantes.
Não sei se esse vínculo permanecerá eternamente ou se um certo dia irei me lembrar disso como nostalgia. Porém amor não combina com orgulho, talvez combine com nostalgia, saudades, sofrimento.
Talvez combine com tempo.
Talvez...
Estava aqui, entre amigos íntimos e família, tomando uma cerveja despretensiosamente, e alguém falou que iria fazer uma cuba-libre.
Para que...
Eu acabei entrando naquela máquina do tempo e voltei para a primeira vez que resolvemos sair para nos divertir. Eu tomando cerveja. Você, cuba-libre.
Comecei a me lembrar do refrigerante que você gostava no seu drink. Do rum que era o seu preferido. Das suas teorias de que era melhor tomar aquele drink do que cerveja porque, além de tudo, não engordava.
Me lembrei que eu ri e disse que não era o tipo de bebida que faria diferença, e sim a quantidade.
Dali pra lembrar do seu cigarro preferido, seu perfume característico, sua paixão por aquela torta alemã, seu ciúme pela franja, seu currículo emocional, seus gostos e desgostos, nosso passeio de mãos dadas pela praia...
Pronto!
Minhas memórias me levaram novamente para seus braços. Seus braços quentes e carentes. Sua carência de mim me fazia ter carência de te abraçar, proteger, consolar, cuidar.
O mais interessante é que eu nunca fui de ser um cara sentimental.
Pelo contrário, o que a razão não explicava, eu desconfiava.
Por isso mesmo, desconfiava até de mim, por estar apaixonado, e por não poder transformar o amor em uma fórmula lógica e exata.
Acho que sou um cara muito mais intelectual do que real.
Calma, eu explico.
Vamos pegar como exemplo o sexo.
Eu não sou um cara sexual no sentido estrito. Eu não tenho necessidades do sexo em si. Eu sou um cara com uma necessidade sexual feminina.
Sinto muito desejo de ter em meus braços a pessoa que eu amo.
Não quero dizer que não sinto o tesão puro e simples. Sinto, mas sinto da mesma forma que sinto necessidade de algo fisiológico. Não é algo prazeroso, é simplesmente algo necessário.
Outro exemplo é a minha relação com o amor. O amor para mim sempre foi algo de compromisso, de sustentação, acompanhamento, acessória mesmo. E vejo que para você é algo menos pretensioso, mais emocional. Talvez até somente emocional.
Essa diferença poderia ser traduzida em complementaridade, mas não foi assim.
Ao rompermos com tudo, rompemos por questão de orgulho. Orgulho seu e meu. Características idênticas, mas focadas em direções opostas.
Lutei muito contra meu orgulho. Fiz tudo o que eu podia e sabia para ser feliz. Mas não funcionou. Fiz de você um ser divino na terra. Te coloquei num altar. Te endeusei. Me humilhei. Me feri. Te sufoquei com meu ciúme.
De tudo, só posso concluir que eu ainda estou em você e você está em mim, mas agora, fisicamente e emocionalmente distantes.
Não sei se esse vínculo permanecerá eternamente ou se um certo dia irei me lembrar disso como nostalgia. Porém amor não combina com orgulho, talvez combine com nostalgia, saudades, sofrimento.
Talvez combine com tempo.
Talvez...
Sem ar
“O que não me mata, me fortalece”.
É o que dizem por aí. Eu não sei se estou de acordo com isso. Muitas vezes estive em situações, por assim dizer, de quase morte. E não sei se saí delas um pouco mais fortalecido não. Talvez, se eu mudar um pouco as palavras, acho que posso dizer “O que não me mata, me enfraquece”. E é assim que eu sinto.
É assim que eu estou.
Ferido por dentro de um amor que não quer de jeito nenhum sair dos meus pensamentos e de meu coração. E nem mesmo sei se quero tirá-lo daqui.
Ferido por entrar diariamente em um ambiente hostil onde só vejo cobranças e muito pouca ajuda de quem poderia fazê-lo e não quer.
Ferido por me sentir frustrado com meus sonhos, por que sempre há tantos obstáculos no caminho?
Ferido por ser meu próprio julgador, e me julgar com muito rigor.
Mas acho que o que mais me machuca é não ter o mesmo equilíbrio emocional do qual eu tanto me orgulhei de ter.
O cara harmônico, alegre, pleno de paz a ponto de distribuí-la aos outros simplesmente sumiu. Entregou as chaves e saiu do meu corpo.
E agora o que me sobrou? Um decadente angustiado, amargurado, sofrido e impotente.
Um cara com uma sobrevida, em estado terminal, num coma que nunca termina.
Meu Deus, por que não abreviar minha vida logo?
Não sei por quanto tempo conseguirei resistir a viver pelas metades.
Quero abrir minhas asas e voar. Voar na imensidão do céu, entre as nuvens, sozinho, como um anjo curtindo férias.
Essa cela em que estou não tem barras nem grades, não me priva a liberdade, mas me impede de voar.
Sou assim, passarinho engaiolado, que canto de tristeza com saudades do sabor da fruta no pé e do vento lambendo meu bico.
Posso estar exagerando em minhas palavras, mas de que vale a vida sem algo motivante?
Não quero mais uma vida comum, ordinária.
Na verdade, nem sei o que eu quero.
Só sei o que eu não quero. E o que eu não quero é viver sem ar.
É o que dizem por aí. Eu não sei se estou de acordo com isso. Muitas vezes estive em situações, por assim dizer, de quase morte. E não sei se saí delas um pouco mais fortalecido não. Talvez, se eu mudar um pouco as palavras, acho que posso dizer “O que não me mata, me enfraquece”. E é assim que eu sinto.
É assim que eu estou.
Ferido por dentro de um amor que não quer de jeito nenhum sair dos meus pensamentos e de meu coração. E nem mesmo sei se quero tirá-lo daqui.
Ferido por entrar diariamente em um ambiente hostil onde só vejo cobranças e muito pouca ajuda de quem poderia fazê-lo e não quer.
Ferido por me sentir frustrado com meus sonhos, por que sempre há tantos obstáculos no caminho?
Ferido por ser meu próprio julgador, e me julgar com muito rigor.
Mas acho que o que mais me machuca é não ter o mesmo equilíbrio emocional do qual eu tanto me orgulhei de ter.
O cara harmônico, alegre, pleno de paz a ponto de distribuí-la aos outros simplesmente sumiu. Entregou as chaves e saiu do meu corpo.
E agora o que me sobrou? Um decadente angustiado, amargurado, sofrido e impotente.
Um cara com uma sobrevida, em estado terminal, num coma que nunca termina.
Meu Deus, por que não abreviar minha vida logo?
Não sei por quanto tempo conseguirei resistir a viver pelas metades.
Quero abrir minhas asas e voar. Voar na imensidão do céu, entre as nuvens, sozinho, como um anjo curtindo férias.
Essa cela em que estou não tem barras nem grades, não me priva a liberdade, mas me impede de voar.
Sou assim, passarinho engaiolado, que canto de tristeza com saudades do sabor da fruta no pé e do vento lambendo meu bico.
Posso estar exagerando em minhas palavras, mas de que vale a vida sem algo motivante?
Não quero mais uma vida comum, ordinária.
Na verdade, nem sei o que eu quero.
Só sei o que eu não quero. E o que eu não quero é viver sem ar.
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