Era por volta das cinco, já estava no fim do expediente, o telefone vibra: uma mensagem. Dou uma parada no trabalho para ler a mensagem. “ O tempo frio está maravilhoso. Que tal esquentar minha noite? Traga um vinho”. Me demorei relendo a mensagem com um riso nos lábios. Ela sempre sabia como chegar a mim.
Saí do trabalho e comprei uma garrafa de um belo Malbec, sabia que ela iria gostar. Liguei o rádio do carro e ouvi uma musica bem romântica e excitante. Era francesa. O som me envolvia num clima bem próximo ao que estava se formando no ar. Uma atmosfera de desejo e paixão.
Toquei a campainha de sua casa. A porta se abriu. Um perfume adocicado saía de lá. Atravessei a soleira e ela estava lá, de pé, na minha frente, com duas taças de vinho e um abridor. Vestia um casaco de pele. Me entregou o abridor sem nada falar. Eu o peguei e me pus a abrir o vinho, sem dizer uma só palavra. Ela criou a cena, não seria eu que diria alguma coisa para desmanchar aquele momento. Ela me entregou as taças. Servi às duas e lhe entreguei uma. Deixei a garrafa no aparador do hall mesmo. Ela olhou pra mim com um olhar me encarando e disse: “-Gostou do meu casaco? Pois é só ele que me cobre”. E retirou delicadamente o casaco, mostrando seu corpo nu escondido sob aquele peludo item de vestuário.
Seu corpo era magnífico. Os belo cabelos castanhos cobriam seus rígidos seios, lindos, e como uma índia, não havia mais nada a cobrir-lhe sua formosura. Sua pele era alva como algodão, seu corpo, um corpo de uma Vênus, milimetricamente belo, fez meu coração disparar, meu membro enrijecer, e minha pele corar.
Sem nenhuma palavra, ela virou seu corpo em direção à suíte, e só me deixou um olhar pedindo “vem”, e eu fui. Entrei na suíte, ela era iluminada apenas por velas, a cama e o chão em seu entorno estavam cobertos de pétalas de rosas vermelhas, e o cheiro das rosas misturava-se ao cheiro de seu corpo, vestido apenas com um excitante perfume.
Ela ergueu a mão como se pedisse a minha, eu dei. Puxou meu braço e me deu um beijo maravilhoso. Seus lábios tinham gosto de morangos, sua pele ardia em calor. Nossa, como ela estava quente! Abri o dossel e tive a melhor noite de minha vida.Amanheceu uma bela manhã de inverno. As gotas de orvalho nas flores das jardineiras, o sol enevoado pela neblina da manhã, um frio gostoso. Olhei para o quarto invadido pela luz do crepúsculo, apalpei o meu lado da cama esperando encontra-la. Ela não estava. Pensei q ela deveria ter acordado antes de mim. Chamei por seu nome sem nenhuma resposta. Levantei-me, e junto a sua penteadeira havia um bilhete com meu nome. Abri o bilhete, e o que li foi surpreendente. “Querido, nossa noite foi maravilhosa, pena que foi a última. Estou indo para Londres. Me caso esta noite. Não se preocupe com a casa, ela já foi vendida. Beijo.Adeus”.
3 comentários:
Parabéns Daniel!
Adorei seu conto!
Beijuuuus, Jiji
Não...
É um poema de Neruda.
Beijão.
Dani, copiei seu texto e postei no Retalhos... era exatamente o que eu precisava dizer hoje.
Beijos
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