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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012


QUEM HÁ DE ATIRAR A PRIMEIRA PEDRA?

Bom, desde já revelo o que sou: Advogado Criminalista Com Orgulho! Digo com orgulho porque vejo estampado no rosto de muitos, incluindo colegas advogados, a aversão e a repulsa que têm pelos meus iguais. Creio que não seja um pré-conceito ( pelo menos entre meus iguais, advogados), mas um conceito formado. Sei também que advogar para o suposto criminoso não me faz advogar em favor do crime. E quem tem essa visão, reveja-a. Lidar com o criminoso é sim algo tanto quanto delicado, pois, entrar no crime é vantajoso e fácil. Mas quem disse que o criminalista quer entrar para o crime ou uma vida fácil?
Talvez, entre todas as especialidades do Direito, a minha é a mais delicada. Ser criminalista é ser como um cirurgião, cortando as partes mortas da sociedade e dando oportunidade ao doente de se recuperar. Sei que muitas vezes um transplante é necessário. E no meu caso, um transplante é retirar o maligno do corpo da sociedade e infundir nela o benigno.
É sabido por todos o quanto o exemplo modifica o caráter do indivíduo, da mesma forma, estimula o indivíduo a seguir o caminho do bem. Curar um doente de uma doença que não existe mais é igual a transformar o delinquente em não delinquente de uma hora pra outra. Não! Não temos o poder de mudar o passado de ninguém! E sim! Temos o poder de reintegrar o delinquente à sociedade, após o tratamento e a recuperação do mesmo.
O ser humano é e sempre será ser humano, homo sapiens sapiens, e, por mais que queiramos extirpar as feridas da sociedade, muitas vezes a melhor saída é tratar o ferido e testá-lo. Se um cirurgião amputasse todo membro doente, o número de inválidos seria exorbitante, e a sociedade não sobreviveria em meio a tanta dependência individual.
Grande número de pessoas pensam que “ bandido deve morrer”, que “ pena de morte devia ser obrigatória”, mas nunca se lembram que todo mundo está no mesmo mundo, sob mesmas leis, e quem outrora fora apontador, um dia pode ser apontado. Ninguém está livre de sofrer as cominações legais, nem o repúdio de uma sociedade que só pensa no agora.
Nossas leis punem quem mata, rouba, estupra, trafica, sonega. Mas se um dia, as mesmas vierem a punir a quem mente, trai, ofende e magoa, qual de nós será poupado? É o ensinamento de Jesus Cristo que nos deve nortear: Quem nunca cometeu pecado, que atire a primeira pedra.