O que nos diferencia de leões e cordeiros?
O que nos faz crer que somos caçadores ou caças?
O que move nossas convicções e decisões?
Ser adulto é entender que nossas decisões criam impacto no mundo. É aquela decisão tomada aqui que trará conseqüências a milhões de quilômetros daqui. É o tão falado "efeito borboleta".
Tenho observado que os leões tem cada vez mais a inocência do cordeiro, e os cordeiros tem a voracidade dos leões.
Pessoas de opinião forte, grande senso crítico, vontade de conquistar um império, estão cada vez mais cheios de ingenuidade e passividade. Estes são os leões com alma de cordeiro. Grandes em idéias, e pequenos em atitudes; são meros balões de gás.
E, por outro lado, estes indivíduos estão se sujeitando àqueles que carregam consigo a mansidão do cordeiro, mas o coração nobre e valente dos leões, que não se mostram em púlpitos ou palcos, mas são os que fazem a revolução.
O que pretendo dizer com tais palavras é, simplesmente, que não há mais linhas que definem características peculiares aos indivíduos como outrora havia.
E isso me traz a um paradoxo inexorável: estão os bravos escondidos em pele de cordeiro e os mansos com pele de urso?
Seria o fraco o verdadeiro bravo ou a bravura foi enjaulada de vez?
E é assim que este mundo se apresenta: paradoxal, nebuloso, sinistro.
Mas os reflexos estão aí, o bater de asas da pequena borboleta aqui, está causando um vendaval no extremo oposto do aqui, o lá.
Que imagem me vem a mente. Que situação é essa? O que fazer?
Diante disso, eu teria muito medo, me esconderia sob um véu de ingenuidade e passividade, um verdadeiro cordeiro; mas o coração, ah, este é de leão!
terça-feira, 17 de julho de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
QUEM HÁ DE ATIRAR A PRIMEIRA PEDRA?
Bom, desde já revelo o que sou: Advogado Criminalista Com
Orgulho! Digo com orgulho porque vejo estampado no rosto de muitos, incluindo
colegas advogados, a aversão e a repulsa que têm pelos meus iguais. Creio que
não seja um pré-conceito ( pelo menos entre meus iguais, advogados), mas um
conceito formado. Sei também que advogar para o suposto criminoso não me faz
advogar em favor do crime. E quem tem essa visão, reveja-a. Lidar com o
criminoso é sim algo tanto quanto delicado, pois, entrar no crime é vantajoso e
fácil. Mas quem disse que o criminalista quer entrar para o crime ou uma vida
fácil?
Talvez, entre todas as especialidades do Direito, a minha é
a mais delicada. Ser criminalista é ser como um cirurgião, cortando as partes
mortas da sociedade e dando oportunidade ao doente de se recuperar. Sei que
muitas vezes um transplante é necessário. E no meu caso, um transplante é
retirar o maligno do corpo da sociedade e infundir nela o benigno.
É sabido por todos o quanto o exemplo modifica o caráter do
indivíduo, da mesma forma, estimula o indivíduo a seguir o caminho do bem.
Curar um doente de uma doença que não existe mais é igual a transformar o
delinquente em não delinquente de uma hora pra outra. Não! Não temos o poder de
mudar o passado de ninguém! E sim! Temos o poder de reintegrar o delinquente à
sociedade, após o tratamento e a recuperação do mesmo.
O ser humano é e sempre será ser humano, homo sapiens
sapiens, e, por mais que queiramos extirpar as feridas da sociedade, muitas
vezes a melhor saída é tratar o ferido e testá-lo. Se um cirurgião amputasse
todo membro doente, o número de inválidos seria exorbitante, e a sociedade não
sobreviveria em meio a tanta dependência individual.
Grande número de pessoas pensam que “ bandido deve morrer”,
que “ pena de morte devia ser obrigatória”, mas nunca se lembram que todo mundo
está no mesmo mundo, sob mesmas leis, e quem outrora fora apontador, um dia
pode ser apontado. Ninguém está livre de sofrer as cominações legais, nem o
repúdio de uma sociedade que só pensa no agora.
Nossas leis punem quem mata, rouba, estupra, trafica,
sonega. Mas se um dia, as mesmas vierem a punir a quem mente, trai, ofende e
magoa, qual de nós será poupado? É o ensinamento de Jesus Cristo que nos deve
nortear: Quem nunca cometeu pecado, que atire a primeira pedra.
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